quinta-feira, 18 de junho de 2015

HEFESTO



Zeus e Hera conceberam o filho Hefesto que infelizmente tinha uma grande deformação. Seus pés tortos e seus quadris deslocados, faziam do seu caminhar um motivo de riso no Olimpo. Hera envergonhada de ter produzido tão horrenda criatura, por ser ela tão bela e grandiosa, tentando livrar-se do filho, atirou-o do alto do Olimpo para que ele morresse no mar. Porém Tétis, a rainha dos oceanos, o salvou.

Durante alguns anos o menino passou escondido sob as águas mas Hefesto revelou grande talento como forjador
inventando engenhosos objetos de ferro e ouro. Ainda se sentia muito magoado pelo modo que sua mãe o havia tratado e assim planejou uma vingança.

Um dia Hefesto esculpiu e decorou um lindo trono de ouro e mandou o presente para Hera. Encantada com o presente
ela nem quis saber de quem era o presente e sentou no trono. Subitamente foi agarrada por mãos invisíveis. Em vão os deuses tentavam soltá-la mas as mãos revelaram que somente obedeceriam a Hefesto; somente ele poderia soltá-la.

Os deuses recorreram a Hefesto porém ele se recusava a atendê-los a menos que lhe fosse concedido um desejo: que tivesse
como esposa a mais linda das deusas, Afrodite, e que ele pudesse morar no Olimpo. Hera atendeu o pedido do filho e ele se tornou o ferreiro dos deuses e pacificador entre os imortais.

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O mito recorda da dívida indestrutível da aceitação incondicional que deve haver entre os seres humanos. Muitas vezes as pessoas são rejeitadas por não corresponderem às expectativas dos outros; por não serem iguais a eles; por não terem os mesmos interesses e aptidões ou até mesmo por apresentarem alguma deficiência física. No entanto, cada pessoa possui toda a capacidade de produzir grandes obras com seu talento próprio que podem surpreender a todos.

Muitos pais rejeitam os filhos por eles não terem os mesmos interesses, por pensarem diferentes, por agirem de modo
diferente da família. Grupos rejeitam aqueles que pensam diferente; culturas rejeitam outras; religiões são intolerantes com outras; a sociedade capitalista rejeita os pobres; raças rejeitam outras raças etc.

Reconhecer que o preconceito que nos abraça nos distancia do contato amoroso com os outros, é a oportunidade de criar laços de amor, superando conflitos, mágoas e diferenças. É oferecer o melhor de nós mesmos, para ter de volta a
compreensão de que os outros podem nos proporcionar grandes alegrias e expressões de afeto; que podemos aprender muito, apesar dos outros não corresponderem à imagem que desejamos e esperamos que sejam.

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