Na mitologia grega, Kratos (grego Κράτος, "força") é a
personificação da força e do poder. As
grafias "Cratus" e "Cratos" também são usadas para nomeá-lo. Kratos
é filho do titã Palas e da
ninfa Estige. Seus irmãos são Nike (deusa
grega da vitória), Bias (deusa grega da força) e Zelo (deus grego da
rivalidade).
Os quatro eram
frequentemente descritos como os protetores alados de Zeus, e foram os primeiros a ficar ao lado de Zeus , enquanto
ele defendia o Monte Olimpo do ataque do monstro Tifão. Kratos não desempenha um grande papel no mito grego,
mas sua influência na mitologia moderna parece ser
forte.
NA mitologia moderna
Apesar de Kratos na mitologia grega ser o deus do poder,
o seu nome é provavelmente mais conhecido nos tempos modernos por batizar o
personagem principal da popular série de jogos da Sony, "God of War".
Aparentemente, o título de deus da guerra não se refere à Kratos , mas ao deus
grego da guerra, Ares, que desempenha um papel na trama.
Embora o caráter de Kratos na série supostamente não ser
derivado do deus do poder, há muitos indícios dentro do jogo e da sua criação,
que sugerem que a conexão é mais forte do que se pode acreditar.
Por exemplo, a história se passa na Grécia antiga e tem
muitos dos famosos deuses e deusas gregos envolvidos. O personagem Kratos é um
mortal que tem uma relação tênue com os deuses. Mas várias das características
do personagem Kratos vêm do mito grego. Os designers alegaram que eles queriam
que ele parecesse o mais "grego e brutal" possível, o que se encaixa bem com a
imagem do Kratos da mitologia grega.
Mais revelador, talvez, seja fato de que as correntes são
um importante item do personagem, tanto no uso físico e como armamento. Isso
poderia ser visto como um vínculo ao papel do Kratos da mitologia grega, na
história de Prometeu, pelo menos de acordo com o antigo poema "Prometeu
Acorrentado" de Ésquilo. No poema, Kratos, em nome de Zeus, diz ao deus
ferreiro Hefesto para acorrentar Prometeu às rochas de uma montanha para que lhe
sirva de punição por dar o fogo ao humanos.
[A cena
é o pico duma montanha deserta. Chegam Kratos e Bias, que trazem preso Prometeu;
segue-os, coxeando, Hefesto, carregando correntes,
cravos e
malha.]
Kratos: Eis-nos chegados a um
solo longínquo da terra, caminho da Cítia, deserto ínvio.
Hefesto, é mister te desincumbas das ordens enviadas por teu
pai, acorrentando este celerado, com liames inquebráveis
de cadeias de aço, aos rochedos de escarpas abruptas. Ele
roubou uma flor que era tua, o brilho do fogo, vital em todas as artes, e deu-a
de presente aos mortais; é preciso que
pague aos deuses a pena desse crime, para aprender a acatar o poder real de Zeus
e renunciar o mau
vezo de querer bem à Humanidade.
Hefesto: Kratos e Bias, a incumbência de
Zeus para vós está terminada; nada mais vos embarga. Eu, porém, não me animo
a agrilhoar
à força um deus meu parente a um píncaro aberto às intempéries. Todavia,
é imperioso criar essa coragem; é grave negligenciar as
ordens de meu pai. Filho de Têmis bem avisada, cheio de
ousados intentos, vou, grado meu, mau grado teu, prender-te
com cravos de bronze impossíveis de arrancar a este
penhasco deserto, onde não ouvirás a voz nem verás o vulto
de nenhum mortal. Crestado pela chama ardente do sol,
perderás o viço da pele; o manto matizado da noite, para teu gáudio, virá cobrir
a luz, e o sol dissipará de novo as brumas da aurora, mas serás triturado pelo
acabrunhamento da desgraça, sempre presente, porque ainda está por nascer o
teu libertador. Eis o que te rendeu o vezo de querer bem à
Humanidade. Tu, um deus, não te encolheste de medo à cólera dos deuses e
entregaste, com violação da justiça, as suas prerrogativas aos mortais; em paga,
montarás guarda a este penhasco desprezível, de pé, sem dormir, sem dobrar
os joelhos. Debalde exalarás gemidos e ais sem fim, porque inexorável é o
coração de Zeus; todo poder recente é
implacável.
Kratos: Basta! Para que te
atardares em lástimas perdidas? Por que não abominas o deus mais
odioso aos deuses, que entregou aos mortais um privilégio
teu?
Hefesto: O parentesco e a amizade
são forças formidáveis.
Kratos: Concordo, mas como se
podem transgredir as ordens de teu pai? Isso não te infunde
medo?
Hefesto: Tu és sempre cruel e
audacioso.
Kratos: Lamentos não curam os
seus males; não te canses à toa em lástimas
ineficazes.
Hefesto: Oh! Que ofício
detestável!
Kratos: Detestável por quê? Tua
arte, francamente, culpa nenhuma tem nestas
aflições.
Hefesto: Ainda assim, oxalá ela o
quinhão dalgum outro.
Kratos: Todos os quinhões foram
negociados, menos o de comandar os deuses; ninguém é livre senão
Zeus.
Hefesto: Bem sei; a isso não
posso replicar.
Kratos: Então, mãos à obra!
Envolve-o nas cadeias; que teu pai não te aviste
parado.
Hefesto: Ele pode ver-me com as
correntes nas mãos.
Kratos: Põe-lhe as cadeias em
torno dos braços, martela com toda a força e prega-o na
rocha.
Hefesto: O trabalho avança e sai
a contento.
Kratos: Bate mais forte, aperta,
não deixes folga; ele é hábil em descobrir saídas até onde não
existem.
Hefesto: Este braço está preso,
de não se poder soltar.
Kratos: Fixa também este
solidamente, para ele aprender que sua astúcia não é tão ágil
como a de Zeus.
Hefesto: Ninguém poderá reclamar
com razão de meu trabalho, exceto ele.
Kratos: Agora, finca-lhe
firmemente no peito o dente duro duma cunha de aço.
Hefesto: Ai! Prometeu, gemo
baixinho por teus sofrimentos.
Kratos: Estás outra vez
remanchando e lastimando um inimigo de Zeus? Cuidado, não venhas
um dia a chorar por ti mesmo!
Hefesto: Não estás vendo um
espetáculo triste de ver?
Kratos: Eu o vejo receber o que
merece. Vamos, passa-lhe um cinto em torno dos
flancos.
Hefesto: Não posso evitar de
fazê-lo; não precisas exortar-me.
Poder: Pois não só te
exortarei, mas até instarei contigo. Desce e mete-lhe à força umas
grilhetas nas pernas.
Hefesto: Pronto. Não deu muito
trabalho.
Kratos: Crava-lhe agora agora
fortemente umas peias penetrantes; quem fiscaliza a obra é
rigoroso.
Hefesto: Tua linguagem afina-se
com tua figura.
Kratos: Sê brando tu, mas não
censures minha rigidez e a crueza de minha
índole.
Hefesto: Podemos ir. Seus membros
já estão amarrados.
Kratos (a
Prometeu): Abusa, agora! Furta aos
deuses seus privilégios para entregá-los aos
seres efêmeros. Que alívio te podem dar deste suplício os mortais? Errados
andaram os deuses em te chamarem
Prometeu; tu mesmo precisas de alguém que te prometa um
meio de safar-te destes hábeis liames!
Noto q não teve uma fala de Bias
ResponderExcluirE o título devia ser "CRATOS (PODER)", não "KRATOS (FORÇA)"
ExcluirForça é área de Bias.